BEM-VINDOS APAIXONADOS POR HISTÓRIA!

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Ricardo A. Gomes



Amigos, confiram aqui uma HQ estilosa e brasileira com o famoso explorador Coronel Fawcett:

sexta-feira, 19 de março de 2010

Civilização GREGA: Creta - história e mitos

Salve Historiadores!!!!! Quero dividir um pouco com vocês sobre a história e a cultura grega, ou seja, a história da civilização grega (A origem da Democracia e a Filosofia) e a sua mitologia que influencia até os dias atuais no que se refere ao fantástico, ao drama e é claro... aos Heróis. Então, iniciaremos sobre as origens da civilização Grega, dada a importância deste mundo, que para muitos, é dado como certo que a Europa nasceu em Creta. Uma ilha abençoada pelos deuses, onde Zeus uniu-se a bela Europa, um rei todo-poderoso e tirânico, um monstro preso num labirinto, esses elementos que constituem o mito de Teseu são praticamente os únicos que, desde o 1º milênio a.C, os antigos conhecem do passado mítico de Creta, cujos últimos palácios desapareceram no Século XIV a.C. Mal se recordam que, muito tempo antes, essa ilha era uma potência predominante no Meditêrraneo oriental.

Homero a classifica como "terra tão bonita quanto rica, isolada entre ondas, terra de inumeráveis homens, das 90 cidades cujas línguas se mesclam". Durante três milênios, a civilização cretense é conhecida apenas por lendas. No início do século XX, a história aparece como mito. Arqueólogos começam a se interessar por Creta. Os vestígios descobertos no sítio de Cnossos incitam um etnólogo inglês, Arthur Evans, a escavar sistematicamente o terreno que comprou. A descoberta dos vestígios de uma grande construção que ele julga ser o Palácio de Minos, a exumação de afrescos, de múltiplos objetos e placas de argila recobertas de escrita, revelam que uma civilização realmente brilhante exixtou em creta de 2000 a 1400 a.C.

Na falta de designação melhor, Evans a chama de "minoica". Desde essa descoberta fundamental, as escavações prosseguem em Cnossos e em outros sítios arqueológicos cretenses. Pouco a poucose reconstitui a história de Creta, o País onde aparece pela primeira vez uma civilização Européia. Evans restaurou as paredes do palácio e ornou suas salas com pinturas de cores cores vivas. Essas restituições, à luz de descobertas posteriores, são hoje muito controvertidas.



Foto do trono do Rei Minos de Creta(arquivo pessoal)









































Regiões do mundo grego antigo



No início do 2º milênio a.C, construídos os primeiros palácios monumentais situados dentro de aglomerações urbanas. É provável que o sistema palaciano cretense resulte de um processo que tem sua origem em Creta durante a "Fase do Bronze Antigo" (de 3000a 2000 a.C). Creta é dividida em grandes províncias, cada uma delas colocada sob dominação de um palácio (Cnossos, Malia, Faistos e Zaikros... perdoem-me se eu tiver esquecido algum, pessoal) Então, por volta de 1750 a 1700 a.C (aproximadamente), os primeiros palácios desapareceram brutalmente sem que haja provável atribuir essa destruição geral a um terremoto ou a invasões decorrentes de guerras.

A reconstrução dos palácios é imediata. É o início da segunda fase minoica, mais brilhante e mais elaborada que a anterior. Por volta de 1450 a.C, uma destruição total dos palácios ocorre de novo, tão misteriosa quanto a primeira. A maioria dos locais minoicos é abandonado, e micênicos, vindos do continente grego, ocupam a ilha. Contrariamente ao que se acreditava por muito tempo, a erupção do vulcão Thera (Hoje Santorim, suposta ATLÂNTIDA...vamos falar sobre issso em outra oportunidade...), remontando sem dúvida ao início do século XVI a.c, não tem nenhuma relação com o fim da civilização dos palácios cretenses.

Tirando proveito de sua situação privilegiada no mar Mediterrâneo, na encruzilhada de três continentes (Vide o mapa acima: Europa, Ásia e África), Creta comercializa com as cidades de Rodes (Aquela que no mundo antigo era possuídora de uma das 7 maravilhas: O COLOSSO DE RODES. Este fora destruído mais tarde, mas fica pára outro POST...) e Chipre e também com o Oriente. Enquanto os Egípcios, os Babilônios e os Assírios (Assuntos para próximos posts) fizeram fortuna em terra, os minoicos fundararam sua riqueza no mar.

Graças à sua importante frota, exportavam seus excedentes agrícolas e objetos manufaturados e importavam os metais de que necessitavam. Os historiadores gregos Heródoto e Tucídides evocam de maneira muito vaga uma "Talassocracia" (O que podemos considerar como Potência Marítima) cretense exercida pelo Rei Minos sobre o conjunto das cidades. Mas este termo é abusivo, pois nada permite afirmar que os cretenses conquistaram as ilhas do mar Egeu e nelas estabeleceram colônias. Eles se contetaram em controlar todo o comércio nessa parte do mar Meditêrraneo.

O QUE SÃO AS FAMOSAS "TABUINHAS" DA AULA DE "HISTÓRIA DAS SOCIEDADES CLÁSSICAS"?

Esta é para os amigos que compõem a famosa turma do 1º período de HISTÓRIA da Faculdade SABERES_Praia do Suá, Vitória_ES: Foram elas que permitiram resolver o enigma do rei MINOS! Explico: Antes de mais nada, é em Creta que a anotação escrita dos sons e das palavras aparece pela primeira vez na Europa. As placas encontradas nas escavações mostram que os cretenses utilizaram três tipos sucessivos de anotação na mesma língua. Do fim do 3º milênio a 1600 a.C, as inscrições consistem em hieróglifos derivados do sistema de escrita egípcio.

Na segunada época dos palácios (como mencionei acima), os escribas utilizam uma escrita chamada linear A, que ainda não foi decifrada. Depois aparece a linear B, contemporânea do incêndio do último palácio de Cnossos, que foi decifrada. Resconstituição artística do Palácio de Cnossos (Internet) (hoje em dia não é nem 10% do explendor da época)

As famosas "tabuinhas", ou, Placas Cretenses




Todas as placas cretenses são documentos administrativos relativos à coleta de impostos e à distribuição de alimentos. Elas permitiram também resolver o enigma do rei Minos. com efeito, todos os soberanos da segunda época são designados nas placas pelo termo "minos" que deve significar "rei" ou "dinastia". Esse termo genérico se tornou para os gregos o nome próprio do grande soberando que teve de enfrentar Teseu... Quem é Teseu??? Lhe respondo com outra pergunta... Quem foi o MINOTAURO??? Vamos recorrer à Mitologia, caro "Historiador", afinal, muito do que se sabe sobre os gregos, foi por assim dizer... "filtrado" da realidade do MITO...

Os gregos criaram vários mitos para poder passar mensagens para as pessoas e também com o objetivo de preservar a memória histórica de seu povo. Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza ou para os acontecimentos históricos. Portanto, para buscar um significado para os fatos políticos, econômicos e sociais, os gregos criaram uma série de histórias, de origem imaginativa, que eram transmitidas, principalmente, através da literatura oral. Grande parte destas lendas e mitos chegou até os dias de hoje e são importantes fontes de informações para entendermos a história da civilização da Grécia Antiga. São histórias riquíssimas em dados psicológicos, econômicos, materiais, artísticos, políticos e culturais.

ETENDENDO A MITOLOGIA GREGA

Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicações para tudo. A imaginação fértil deste povo criou personagens e figuras mitológicas das mais diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, espécie de sacerdotisa, era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a consultavam em seus oráculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e também sobre o futuro.

Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mitológicas para tais acontecimentos. Agradar uma divindade era condição fundamental para atingir bons resultados na vida material. Um trabalhador do comércio, por exemplo, deveria deixar o deus Hermes sempre satisfeito, para conseguir bons resultados em seu trabalho.

Os alguns dos principais seres mitológicos da Grécia Antiga eram :

Os Heróis : seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos : Herácles ou Hércules e Aquiles.

Ninfas : seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e felicidade.

Sátiros : figura com corpo de homem, chifres e patas de bode.

Centauros : corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo.

Sereias : mulheres com metade do corpo de peixe, atraíam os marinheiros com seus cantos atraentes.

Górgonas : mulheres, espécies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo: Medusa

Quimeras : mistura de leão e cabra, soltavam fogo pelas ventas.

E os deuses gregos?
De acordo com o gregos, os deuses habitavam o topo do Monte Olimpo, principal montanha da Grécia Antiga. Deste local, comandavam o trabalho e as relações sociais e políticas dos seres humanos. Os deuses gregos eram imortais, porém possuíam características de seres humanos. Ciúmes, inveja, traição e violência também eram características encontradas no Olimpo. Muitas vezes, apaixonavam-se por mortais e acabavam tendo filhos com estes. Desta união entre deuses e mortais surgiam os heróis.
























Neste Post, vamos apenas nos ater ao mito de TESEU E O MINOTAURO.
Em outra oportunidade vamos acompanhar a origem dos deuses gregos e o fantástico mundo da mitologia grega.

Estamos em Creta... Quando marinheiros que trabalham no cais de Cnossos veem aparecer no horizonte uma embarcação de "velas negras", se apressam em prevenir os habitantes da cidade, que se precipitam para o porto. Todos, com efeito, sabem que se trata do navio que vem entregar ao rei de Creta, Minos, os reféns atenienses. Minos é um dos soberanos mais poderosos da mitologia grega. Tem por mãe a princesa originário de Tiro, Europa, que Zeus, sob forma de touro branco, seduziu e carregou em seus ombros até a costa de Creta. Minos herdou de seu divino pai uma sabedoria excepcional. Foi ele quem deu a seu povo leis diretamente inspiradas em Zeus e fez dos cretenses um povo civilizado.

Minos é também um rei autoritário e implacável. Um de seus filhos, Androgeu, vindo a Atenas para participar dos Jogos Antenienses, é assassinado provavelmente por ordem de Egeu (Guarde este nome), rei de Atenas. Para vingar sua morte, Minos exige que todos os anos, os atenienses lhe enviem um tributo constituído de sete rapazes e sete moças. Ao chegarem em Cnossos, são encerrados no LABIRINTO (edifício extraordinário imaginado pelo arquiteto Dédalo), de tal modo que é impossível sair dele. Entretanto, os meandros do Labirinto e seus corredores traçados como armadilhas conduzem ao antro do... Minotauro!

Esse montro híbrido, com corpo de homem e cabeça de touro, é fruto dos amores contra a natureza da mulher de Minos, Pasifé, e de um touro que o deus do mar, Posídon (Ou Netuno e/ou Posêidon), deu à Creta. Este Touro Branco era vistoso e exótico, assim, quando Posídon exigiu como oferenda o mesmo Touro Branco, Minos optou em enganá-lo, sacrificando um animal comum. Ofendido com Minos, Posídon faz com que Pasifé nutra um desejo carnal com o bovino. Assim, com o passar dos anos, escondido no fundo do Labirinto, o Minotauro vigia os jovens reféns para devorá-los.



labirinto




Minotauro






Quando Atenas, pela 3ª vez, deve pagar seu tributo, Teseu, filho do rei Egeu (olha ele aí de novo, gravem esse nome), se apresenta como voluntário para fazer parte dos reféns. Promete ao seu pai que vai matar o Minotauro e, desse modo, libertar Atenas do "funesto" tributo expiatório.
Teseu tem, como Héracles (mais conhecido como Hércules na versão romana)a particularidade de ter "dois" pais: um deus (ZEUS/JÚPITER - no caso de Hércules e POSÍDON/NETUNO em se tratando de Teseu) e um mortal. Além disso, tem a ambição de igualar as proezas de Héracles, para gozar de uma fama tão grande como a dele.

Assim, começa sua carreira heróica exterminando forças monstruosas. Libertou os habitantes de Ática (vide o mapa acima) matando muitos criminosos temidos. Matar o minotauro seria para ele o auge de suas proezas salvadoras. Teseu é também um herói leviano, sempre pronto a seduzir as mulheres, mas igualmente pronto a abandoná-las. Com muito esforço, Teseu consegue convencer seu pai, que teme enviar seu filho à morte. No momento em que o navio enviado por Minos para levar os reféns (E que traz, em sinal de luto, Velas Negras) aporta em Creta, Egeu faz o piloto prometer que, na volta, vai içar velas brancas se Teseu tiver conseguido vencer o Minotauro.

Na chegada do navio cretense ao porto de Cnossos, entre os habitantes reunidos para assistir ao desembraque, encontra-se a própria filha de Minos, Ariadne. (Ah, Coitada...!) À vista de Teseu, a princesa se sente imediatamente colhida por uma violenta paixão por ele. Em troca de uma promessa de casamento, dá ao herói um novelo de linha, segurando em sua mão uma das pontas do fio. Teseu avança no labirinto, desenrolando o novelo. Já no meio da construção de Dédalo, eis que chegando à presença do Minotauro, o herói o mata a socos. Depois, graças ao fio de Ariadne, consegue reencontrar o caminho que o leva para fora.

Imediatamente faz embarcar todos os seus companheiros em seu navio. Por medida de precaução, fende o casco de outros navios cretenses para impedí-los de seguir a seu encalço. (O "cara" era bom, hein?!) O regresso triunfal de Teseu a Atenas é marcado por dois episódios. Ariadne, que fazia parte da viagem, é abandonada por teseu por ocasião de uma escala na ilha de Naxos. (Tá aí o porquê do "AH, coitada"...). Dionísio (ou Baco na versão romana) de passagem pela ilha, a recolherá e fará dela sua esposa. Mais tarde, à vista das costas da Ática, a alegria é tamanha no navio que o "besta" do piloto esquece de trocar as velas.

Egeu, que vigia o regresso do navio, vê as velas negras e acredita que o Minotauro matou seu filho. desesperado, lança-se no mar, que leva daí em diante seu nome. (Mar Egeu, entendeu?!) Teseu, saudado pelos atenienses como benfeitor e libertador, sucede a seu pai. Ele confedera todas as cidades da Ática à autoridade de Atenas. Até o século IV a.C, os atenienses veneravam uma embarcação aracaica que teria sido quela expedição para Creta. Teseu tem a particularidade de ser para os gregos ao mesmo tempo um herói mitológico e um personagem histórico, além de ser considerado o fundador do estado Ateniense. Ficamos por aqui, amigos... mas continuaremos com a história e a mitologia Grega mais adiante!


OBS: Em tempo, para os saudosistas, "trechinho" do capítulo "O Minotauro" do programa "Sítio do Pica-pau Amarelo" logo abaixo...

Um comentário:

  1. Excelso pormenor, e assaz agradável. Não obstante, dúvida unívoca me assola - Baco em Creta, Dionísio em Atenas e, por conseguinte, até onde sei, Tragus para o Etruscos (Etruscia). Enfim, confere ao seu ver essa gnose regional e geografica? Sendo nesta última Tragus tido por uma deidade e contrapartida das demais polis, que por seu turno, o tinham como um semideus subterrâneo e demoníaco. A esse, outrossim, ou melhor, esses seguidores etruscos eram denominados por tragédios(as).

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